terça-feira, 8 de dezembro de 2009
a minha, a nossa verdadeira herança
Eu diria... sublime... but who am i?
"As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder
Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera
A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade"
Marisa
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Do mar uma gota
Perdida roubada, ludibriada
pelo erro da imensidão...
há um rio!! não!!
havia um rio, cresceu...
mar, oceano!!
tingido a cores de tinta
debotadas pela velocidade
de um barco de papel!!
tentei embarcar nas palavras
beber a tinta das letras...
sentir a bravura das ondas...
naufragar na esperança
de um dia navegar!!!
oh mar salgado!!!
terça-feira, 8 de setembro de 2009
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
teimando não ir por aí
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
quinta-feira, 30 de julho de 2009
quarta-feira, 22 de julho de 2009
quinta-feira, 16 de julho de 2009
sexta-feira, 3 de julho de 2009
quarta-feira, 24 de junho de 2009
segunda-feira, 22 de junho de 2009
domingo, 14 de junho de 2009
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Talvez seja verdade
Há gerras que são vencidas antes da morte
Mas há feridas que parecem não sarar
Sangram, vertem pus, voltam a sangrar,
surpreendem-nos a magoar a alma
quando esta já deveria estar habituada e imune a tanta dor
É certo que, às vezes, essas feridas acalmam,
como as marés que recolhem à água e recuam para o mar alto
Conhecemos aquele céu aberto... tão dificil de alcançar, de nuvens pintado!
Tão longe de tudo o que parece certo... que não pára de voar, antes de morrer
Mas... Existem descobertas de sina que não têm quê nem porquê
E, tal como as marés, regressam, depois, camufladas
revigoradas, pujantes, invadindo, de novo, a praia e fazendo sentir o fulgor da sua presença,
o impeto do seu regresso...
Será caso para dizer: Com que voz? Com que alma? Com que força?
sinto, constante, surdamente,
uma voz perfeita que me inunda em dias de tempestade...
Que dirige um barco assoprado com um vento já gasto!
terça-feira, 26 de maio de 2009
segunda-feira, 25 de maio de 2009
A todos os meus cnoenses
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Pois... pré-crise dos 30 :)
Em conversa com o irmão mais novo de um amigo, cheguei a uma tristeconclusão.
O D'Artacão, esse herói canídeo, que estava apaixonado por uma caniche;
Ora bem, quem não conhece o Verão Azul merece morrer.
Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos nas
Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos.
Não estamos cá?
quinta-feira, 7 de maio de 2009
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Foi hoje há muito tempo!
domingo, 3 de maio de 2009
sexta-feira, 24 de abril de 2009
terça-feira, 14 de abril de 2009
domingo, 12 de abril de 2009
É este o país que temos
quinta-feira, 9 de abril de 2009
domingo, 5 de abril de 2009
quarta-feira, 1 de abril de 2009
quinta-feira, 26 de março de 2009
Que le temps me délivre des mots et puis des sorts
Garou
terça-feira, 24 de março de 2009
domingo, 22 de março de 2009
Sou um evadido.
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi.
Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?
Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte,
Oxalá que ela
Nunca me encontre.
Ser um é cadeia,
Ser eu é não ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.
Fernando Pessoa
Vivemos na ânsia de materialismos, compromissos, aparências, e esquecemos, muitas vezes, do essencial da vida, pensamos em tudo ao promenor, que é nada. Certo é que, por vezes, a cegueira é um ganho, evitando sorrisos deformados, palavras ocas e desprovidas de "oxigénio"!
Contudo, não será a primordial razão da vida o próprio auto-conhecimento? A real, constante, incessante busca do que de melhor podemos ser? Do que nos invade, daquilo que nos preenche? Quantas vezes, pensamos no caminho que levamos, sem que nada façamos para o embelezar? Há flores nos nossos jardins? Com que frequência dele cuidamos? Quanto tempo lhe despendemos? Não há tempo?! não??!
A vida dever ser bebida ou puramente respirada? A luz deve ser pura ou ofuscada?
Pisemos um chão de estrelas... Porque a vida é pequenina e pede gotas de celebração...
Antes de impludir-te procura encaminhação...
quarta-feira, 18 de março de 2009
segunda-feira, 16 de março de 2009
domingo, 15 de março de 2009
Pode alguém ser quem não é?
Sentes...
quinta-feira, 12 de março de 2009
O amor é o amor. E depois?
Apresento a todos os interessados uma fantástica mas dura análise de Miguel Esteves Cardoso.
Uma bela reflexão acerca de um sentimento que deveria ser tão nobre, tão doce e tão puro…
Porque, ainda assim, amar vale a pena…
Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade.
Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje, as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia, as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do “tá bem, tudo bem”, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso “dá lá um jeitinho sentimental”. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor.
A “vidinha” é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra.
A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”
Miguel Esteves Cardoso
terça-feira, 10 de março de 2009
percorremos etapas...
criamos objectivos!
Construimos um puzzle...
um puzzle com peças soltas,
ocas, insípidas...
forçamos peças incoerentes
que não transmitem união naquele mundo
aquele mundo que deveria ser cheio de harmonia
aquela harmonia que deveria transmitir magia
forçamos a peça... queremos aquela peça...
levamos eternidades para descobrir que não cabe ali
aquela peça pertence a outro mundo
tem outro rumo
julgávamos ser nossa
voltamos, ao saco das mil peças
acreditamos que ela está lá
num saco pleno de cores
transbordando sabores...
busca incessante...
Aquela peça
A peça
Que julgamos ser a que vida nos deu
embora trocada, roubada
Que encontramos quando a luz se apaga das janelas
A peça da nossa peça
que não tem fim nem começa
A peça é agua a correr
É chama a nascer...
É vontade
É bem querer
É magia... é renascer!
domingo, 8 de março de 2009
Sonho
dentro do baú de todas as perguntas que ao perguntares nunca conseguiste responder...»
Pedro Barão Campos
sábado, 7 de março de 2009
Não posso
Não posso!
Ainda que o grito sufoque na garganta
Ainda que o ódio estale e crepite e arda sob as montanhas cinzentas e montanhas cinzentas
Não posso adiar este braço que é uma arma de dois gumes amor e ódio
Não posso adiar ainda que a noite pese séculos sobre as costas e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida nem o meu amor nem o meu grito de libertação Não posso adiar o coração.
António Ramos Rosa
quinta-feira, 5 de março de 2009
terça-feira, 3 de março de 2009
Aquela mala...
Sem nos apercebermos, vamos construindo uma mala, por vezes, desprovida do que é verdadeiramente relevante.
Ao longo do caminho, vamos nela depositando artefactos sem verdadeira importância!
Cedo, contemplamos a nossa bagagem com coisas desnecessárias, mas nem vemos…
Acreditamos que todos os nossos conteúdos têm valor, cremos nunca poder prescindir deles, consideramo-los fundamentais para o nosso desempenho enquanto seres humanos, depositando-os, sempre, no interior da nossa mala.
Levamos a vida carregados, sufocados, atribulados, escravizados com o peso, por vezes, intolerável daquela a que chamamos nossa, a nossa preciosa mala…
Certo dia, não contentes com a vida, pelas mais variadas razões, resolvemos partir para uma viagem… novos horizontes se avizinham, novas aventuras nos esperam… segredos por desvendar, lutas para travar!
E é aí, nesse instante, ao tentar transportar a nossa infinita e pesada mala, que nos apercebemos de quão pesada e dolorosa ela se tornou…
Parados, em frente ao comboio, não conseguimos erguê-la, para connosco a poder transportar…
Olhamos em redor, calmamente e pensamos…
Restam-nos duas hipóteses… pedir auxílio a alguém que nos ajude a colocar a mala no comboio, ou nós mesmos vermos o que podemos dela suprimir.
Como a primeira situação não é, de todo, viável, porque temos de ser autónomos, e temos de fazer as coisas por nós próprios, até porque pode nem estar a passar ninguém que possa ajudar naquela hora, resta-nos abrir a mala a fim de tentar eliminar aquilo que mais nos carrega e que podemos abandonar!
É então que deitamos fora a raiva, o ódio, a mentira, a intolerância, o rancor, a tristeza…
Enfim, tudo aquilo que transportávamos sem razão, mas nunca conseguíamos discernir!
Aí, olhamos para o fundo da nossa mala e vemos um lindo sorriso, e percebemos o que nos faz verdadeiramente falta para que possamos entrar numa nova e tão desejada viagem…
Determinados, entramos no comboio, com vontade de partir, sem fim, numa nova, bela e leve viagem…
Sem medo de tudo aquilo que deixámos para trás!
É hora!
Boa viagem :)
segunda-feira, 2 de março de 2009
A luz do... sonho
Deambulo pelos abismos loucos da fantasia…
Perdida em tanto redor…
Pensando desfruto… sucumbiu?
Findou tudo em mim!?
Sonhos!
Não vos quero … não!!
Negros, que me embalam...
Porque teimam em bater!?
Perdidos, correm os raios da minha luz?!
Ela, ao contrário de vós, não me vislumbra
Quem sois?
De onde vindes?
Inspiração que me acalma…
Afoga a alma…
Exalta e incendeia!
Me emaranha na sua teia
Volta sonho meu… real e obscuro
Mergulhar, na tua fantasia!
A mesma que sempre me guia
Traz-me de volta!
Deixa-me ser quem era…
Passavas por mim e não te via…
triste luz de uma quimera
Borbulhando em nuvens de algodão doce e feliz
Solta-te realidade!!!"
domingo, 1 de março de 2009
Sei que não vou por ai...
José Régio, Cântico Negro
As pessoas sensíveis não são capazes
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Que nos impede de tantos caminhos...
Que nau nos permitirá semelhante viagem?
Que espaço comportaria semelhante bagagem?
Que vento impediria tamanho nafrágio?
Que percurso acompanharia semelhantes sonhos?
Que desassossegos na mala teria...
In media res contados...
Que velho do Restelo nos impede?
Como pôr a nau a navegar?