quinta-feira, 16 de julho de 2009



uma página escreves e reescreves

uma página repetes, a mesma página

sempre...

ou talvez não...

por não ter resposta

com uma escrita nunca escrita

com uma tinta nunca vista

uma página que busca o nada

virada, rasgada, apagada...

podíamos saber um pouco mais...

escutar-lhe o silêncio das palavras

que me prendem aos instantes


me Envenenam e salvam

sem uma certa correcção e

tão pouco te pergunto

e porque não...?

não conheço as linhas desta página

que me embala e me inventa

e é tão pouca e é tão extensa...


escreves o teu mel de negro fel

o imenso mar dos teus olhos

esta febre que me afoita a alma

tão pouco pergunto

e porque sim?


não há pois nada

que eu possa imaginar

com o teu silêncio mansinho

de linhas em branco

de tempestade sem calma

tão pouco pergunto?


além de um oceano de calma

buscando o sal de uma só alma

demorada nos gomos da saída

e nos silêncios lunares embevecida


este crescente fulgor de páginas

... que me embala

de magia e tormento


o que é escrever sem nunca riscar?

mesmo para lá da própria morte


quantas frases vazias existem no meu peito?

e nem tão pouco te pergunto...

3 comentários:

  1. onde está afinal essa página!!!!

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  2. Os escritos das páginas nem sempre se revelam... é por isso preciso lê-los, interpretá-los, conhecê-los para que depois se possam tornar belos... tal como a vida... adorei a metáfora está sublime...
    hum confusa com alguma escrita de alguma página?:) muito bem, já é um caminho...
    adorei
    j. peixoto

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  3. Peço desculpa pela liberdade tomada, mas há algum tempo que sigo este blog, e devo desde já elogiar quer a qualidade da escrita, quer a selecção de imagens que tão bem se adequam a cada novo post. Desde já os meus parabéns. Quanto a este post em particular, está realmente divinal, dá que pensar, e sentir...

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