
uma página escreves e reescreves
uma página repetes, a mesma página
sempre...
ou talvez não...
por não ter resposta
com uma escrita nunca escrita
com uma tinta nunca vista
uma página que busca o nada
virada, rasgada, apagada...
podíamos saber um pouco mais...
escutar-lhe o silêncio das palavras
que me prendem aos instantes
me Envenenam e salvam
sem uma certa correcção e
tão pouco te pergunto
e porque não...?
não conheço as linhas desta página
que me embala e me inventa
e é tão pouca e é tão extensa...
escreves o teu mel de negro fel
o imenso mar dos teus olhos
esta febre que me afoita a alma
tão pouco pergunto
e porque sim?
não há pois nada
que eu possa imaginar
com o teu silêncio mansinho
de linhas em branco
de tempestade sem calma
tão pouco pergunto?
além de um oceano de calma
buscando o sal de uma só alma
demorada nos gomos da saída
e nos silêncios lunares embevecida
este crescente fulgor de páginas
... que me embala
de magia e tormento
o que é escrever sem nunca riscar?
mesmo para lá da própria morte
quantas frases vazias existem no meu peito?
e nem tão pouco te pergunto...
onde está afinal essa página!!!!
ResponderEliminarOs escritos das páginas nem sempre se revelam... é por isso preciso lê-los, interpretá-los, conhecê-los para que depois se possam tornar belos... tal como a vida... adorei a metáfora está sublime...
ResponderEliminarhum confusa com alguma escrita de alguma página?:) muito bem, já é um caminho...
adorei
j. peixoto
Peço desculpa pela liberdade tomada, mas há algum tempo que sigo este blog, e devo desde já elogiar quer a qualidade da escrita, quer a selecção de imagens que tão bem se adequam a cada novo post. Desde já os meus parabéns. Quanto a este post em particular, está realmente divinal, dá que pensar, e sentir...
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