quinta-feira, 30 de julho de 2009


afogo-me num mundo

repleto de fins sem princípios

Com vontade de unir versos

em universos há muito já perdidos

Sem se poder dizer, sim foi assim

foi assim que aconteceu!

um mundo livre, livre

de ramos de árvores,

de flores folhas e frutos

e de raízes!!

onde estão as raízes?

que suportam todo o oxigénio??

posso estender os meus olhos

sobre todos os telhados!!!

mas não existe já azul no céu!

corroi-me uma revolta incessante

inundada de caminhos esquecidos

que me faz andar só e ser errante!

lamento a ineficácia deste céu

a escuridão desta luz

a verdade da mentira

que a tantos vos seduz!!

Que não sabem do deserto, nem da areia

nem da relva ou da lareira

com serenidades de rostos

estupidamente abertos

prosseguem...

com um bálsamo de falsa esperança

inúteis!!

lavados nas lágrimas dos humildes

banhados no sangue dos heróis

tomando os louros da coragem

dos belos e cintilantes sóis!

brilhantes como as estrelas

num céu ineficaz e escuro...

fica em nós, por isso,

a luminosidade da imperfeição humana!

num mundo agreste

de almas inquietas...

quarta-feira, 22 de julho de 2009



e os anos passaram... e a terra e o vento e o mar


por onde corre o sangue e a escrita da vida


de uma pressa com olhos vendados


um riso estúpido bloqueando correntes de ar


e a medida de todas as coisas?


de todas as coisas que estão no mundo!


maior mistério não há que este


Teu!!


espantas-me o grito profundo...


também ela, a voz, foge!!


após a sucessão das estações...


repletas de abraços, de emoções!!


fico cobarde e capaz de descobrir a coragem


no fundo de um medo... doce e agressivo


ingénuo e cínico... em constante aprendizagem...


de uma melodia bela e incoerente


continuando... fingindo desconhecimento


pois essa é a minha única certeza...

quinta-feira, 16 de julho de 2009



uma página escreves e reescreves

uma página repetes, a mesma página

sempre...

ou talvez não...

por não ter resposta

com uma escrita nunca escrita

com uma tinta nunca vista

uma página que busca o nada

virada, rasgada, apagada...

podíamos saber um pouco mais...

escutar-lhe o silêncio das palavras

que me prendem aos instantes


me Envenenam e salvam

sem uma certa correcção e

tão pouco te pergunto

e porque não...?

não conheço as linhas desta página

que me embala e me inventa

e é tão pouca e é tão extensa...


escreves o teu mel de negro fel

o imenso mar dos teus olhos

esta febre que me afoita a alma

tão pouco pergunto

e porque sim?


não há pois nada

que eu possa imaginar

com o teu silêncio mansinho

de linhas em branco

de tempestade sem calma

tão pouco pergunto?


além de um oceano de calma

buscando o sal de uma só alma

demorada nos gomos da saída

e nos silêncios lunares embevecida


este crescente fulgor de páginas

... que me embala

de magia e tormento


o que é escrever sem nunca riscar?

mesmo para lá da própria morte


quantas frases vazias existem no meu peito?

e nem tão pouco te pergunto...

sexta-feira, 3 de julho de 2009



Era uma luz pura, inefável, que me fez avançar


Que me queimava a testa docemente...


Inundou-me uma luz fria e distante, mágica e cintilante


Que corria, de noite, como uma carruagem em fuga!



Todo este brilho chegou num momento indeterminado


Eliminando, de forma sobrenatural, o meu olhar!


Inundou-me um encanto maravilhoso e secreto


mas...



Aquele ontem, foi já há tanto tempo!


Que bate forte e fraco incessantemente...


juntar-se-ão passos nervosos a esta chama


para que a caminhada reflicta passos de luz



O verdadeiro espelho será resplandescente


diferente e longínquo


remetido num universo excitante


onde respira a minha alma



Porque os relógios sao de vidro


os números desnecessários... e


ser um pouco para lá da estação


não tem a mínima importância !!