domingo, 5 de abril de 2009


Um espelho de mil faces mostra-te o caminho

vislumbras as nuvens negras, pesadas!

corres, porque é uma antiga vontade

mentira com verdade imposta, perdida.

na sombra de alguém que se recorta

Sem fôlego, tentas alcançar aquele comboio

com um bilhete há muito pré-comprado!

Será teu?

e fica a prometer-te a ilusão de uma viagem...

que tu não querias

imposta pelo vazio cheio na tua mão!


Não corras! Deixa-o partir...

respira fundo... não alcances aquela carruagem

trilhada em linhas podres, inseguras

guiada por caminhos incertos...

de braço dado com a noite indiferente

repleta de imagens de nada!


Partiu, ficaste na encruzilhada!

num lugar sem onde...

descobres que aquela não era tua, a carruagem

sorrindo, deixaste-a passar o negro tunel!


Quando, por sorte não a consegues avistar...

corre sim... aflito

não te esfumes no teu sonho!

porque o sol não te vai castigar

a tua nova carruagem está a passar


Respira agora o aroma do coração

pega uma carruagem tua, de segunda mão

Porque o mundo ainda pulsa!

quer queiras quer não...

ainda há linhas de aço, a chegar

à tua estação!


Regressa ao vento, sente a aragem

desde do abismo

entranha o sangue da terra...

vai na tua viagem, alcança

a sede mais antiga!

Impõe-te na tua paragem!

1 comentário:

  1. Profundas as tuas palavras, deixaram-me um tanto inquieto e cinzento. Palavras como estas tenho de as reler mais vezes para que as possa escutar melhor. Sempre gostei de comboios, paragens e carruagens... mas nunca gostei de bilhetes, prefiro o passe que me dá acesso à liberdade. ;*

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