
Um espelho de mil faces mostra-te o caminho
vislumbras as nuvens negras, pesadas!
corres, porque é uma antiga vontade
mentira com verdade imposta, perdida.
na sombra de alguém que se recorta
Sem fôlego, tentas alcançar aquele comboio
com um bilhete há muito pré-comprado!
Será teu?
e fica a prometer-te a ilusão de uma viagem...
que tu não querias
imposta pelo vazio cheio na tua mão!
Não corras! Deixa-o partir...
respira fundo... não alcances aquela carruagem
trilhada em linhas podres, inseguras
guiada por caminhos incertos...
de braço dado com a noite indiferente
repleta de imagens de nada!
Partiu, ficaste na encruzilhada!
num lugar sem onde...
descobres que aquela não era tua, a carruagem
sorrindo, deixaste-a passar o negro tunel!
Quando, por sorte não a consegues avistar...
corre sim... aflito
não te esfumes no teu sonho!
porque o sol não te vai castigar
a tua nova carruagem está a passar
Respira agora o aroma do coração
pega uma carruagem tua, de segunda mão
Porque o mundo ainda pulsa!
quer queiras quer não...
ainda há linhas de aço, a chegar
à tua estação!
Regressa ao vento, sente a aragem
desde do abismo
entranha o sangue da terra...
vai na tua viagem, alcança
a sede mais antiga!
Impõe-te na tua paragem!
Profundas as tuas palavras, deixaram-me um tanto inquieto e cinzento. Palavras como estas tenho de as reler mais vezes para que as possa escutar melhor. Sempre gostei de comboios, paragens e carruagens... mas nunca gostei de bilhetes, prefiro o passe que me dá acesso à liberdade. ;*
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