terça-feira, 24 de fevereiro de 2009


Pensamentos livres
A fronteira entre a amizade e o amor...Saboreando a leveza da vida, há coisas que nos mostram a verdade...Coisas que não queremos, por vezes, ver. Reflexos que não queremos, de todo, sentir, sensações que tememos vivenciar...Mas que seria de nós, nesta efémera passagem, sem nobres sentimentos para nos apaziguar, aquela que deverá ser tão nobre, a dita alma...Sendo assim, alguém com nobres palavras, disse um dia...Que...Existe uma fronteira a não ser quebrada entre o amor e a amizade...Tudo isto porquê?Há na pura amizade um prazer a que não podem atingir os que nasceram medíocres.A amizade pode subsistir entre pessoas do mesmo sexo a diferentes, isenta mesmo de toda a materialidade.Uma mulher, entretanto, olha sempre um homem como um homem; e reciprocamente, um homem olha uma mulher como uma mulher; essa ligação não é paixão nem pura amizade: constitui uma classe à parte. O amor nasce, bruscamente, sem outra reflexão, por temperamento, ou por fraqueza: um detalhe de beleza que nos fixa, nos determina. A amizade, pelo contrário, forma-se pouco a pouco, com o tempo, pela prática, por um longo convívio. Quanta inteligência, bondade, dedicação, serviços e obséquios, nos amigos, para fazer, em anos, muito menos do que faz, às vezes, num minuto, um rosto bonito e uma bela mão!O tempo, que fortalece as amizades, enfraquece o amor.Enquanto o amor dura, subsiste por si, e às vezes pelo que parece dever extingui-lo: caprichos, rigores, ausência, ciúme;A amizade, pelo contrário, precisa de alento: morre por falta de cuidados, de confiança, de atenção.É mais comum ver um amor extremo que uma amizade perfeita. O amor e a amizade excluem-se um ao outro.Aquele que teve a experiência de um grande amor descuida a amizade; e quem se esgotou na amizade ainda não fez nada para o amor.O amor começa pelo amor, e só se passaria da mais forte amizade para um amor fraco. Nada se parece mais com uma viva amizade do que essas ligações que o interesse do nosso amor nos faz cultivar.Jean de La Bruyére, in "Os Caracteres"

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