
afogo-me num mundo
repleto de fins sem princípios
Com vontade de unir versos
em universos há muito já perdidos
Sem se poder dizer, sim foi assim
foi assim que aconteceu!
um mundo livre, livre
de ramos de árvores,
de flores folhas e frutos
e de raízes!!
onde estão as raízes?
que suportam todo o oxigénio??
posso estender os meus olhos
sobre todos os telhados!!!
mas não existe já azul no céu!
corroi-me uma revolta incessante
inundada de caminhos esquecidos
que me faz andar só e ser errante!
lamento a ineficácia deste céu
a escuridão desta luz
a verdade da mentira
que a tantos vos seduz!!
Que não sabem do deserto, nem da areia
nem da relva ou da lareira
com serenidades de rostos
estupidamente abertos
prosseguem...
com um bálsamo de falsa esperança
inúteis!!
lavados nas lágrimas dos humildes
banhados no sangue dos heróis
tomando os louros da coragem
dos belos e cintilantes sóis!
brilhantes como as estrelas
num céu ineficaz e escuro...
fica em nós, por isso,
a luminosidade da imperfeição humana!
num mundo agreste
de almas inquietas...